sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As primeiras quedas de Esther.

Com um mês após a cirurgia (aos 9 meses) Esther dormia comigo na minha cama, cercada de travesseiros, quando de repente acordei com Esther no chão caída, olhando para o teto e chorando muito. Fiquei desesperada. Como uma criança que mal se mexia antes da cirurgia poderia ter dado um salto daqueles sobre os travesseiros com tão pouco tempo de operada? Já era seu coração mostrando sua nova potência. Liguei para o pediatra, que pediu que eu a observasse. Ficou tudo bem.
Um mês depois dessa queda (aos 10 meses), Esther levou a segunda. Dessa vez foi minha culpa. Dormi no computador e Esther se arrastou na cama até cair no chão, de cara. Outro choro incessante até eu ter a brilhante idéia de colocar um vídeo da Galinha Pintadinha. Esther parou de chorar na hora, mas a testa dela foi ficando gradativamente roxa. Estávamos sozinhas em casa. Liguei para meu esposo, que estava em um evento católico, pedindo que voltasse para casa imediatamente. 
Nesse meio tempo, também liguei para o pediatra, que pediu que eu a levasse ao hospital para ser avaliada por um médico. Assim que seu pai chegou, Esther olhou para ele e chorou como se quisesse contar o ocorrido. Fiquei impressionada com a atitude dela. Esther só tinha nove meses.
Fomos ao hospital e o médico de plantão pediu um raio-X da cabeça. A priori, o médico não viu nada, então nos liberou para irmos para casa. Quando chegamos em casa, fomos surpreendidos com um telefonema do médico, dizendo que achou ter visto um TC (traumatismo craniano) e pediu que levássemos Esther até um hospital maior para ser avaliada por um neurologista. O médico ainda acrescentou que não sabia qual proporção poderia ter uma queda dessas em uma criança com Síndrome de Down (SD). Como assim? A falta de experiência dos médicos em relação a SD assusta. 
Não sei de onde tirei forças nesse momento. Meu esposo não se aguentava em pé, cansado por ter passado a noite acordado no evento e ainda ter ido comigo e Esther ao hospital. Já eram 6h da manhã. Esperei a Daci chegar para levar Esther comigo ao hospital novamente. 
O neurologista a avaliou e pediu imediatamente uma tomografia crânio-encefálica. Fiquei nervosa. Mais uma vez Nossa Senhora de Fátima veio em meu socorro. Senti sua presença comigo, nada haveria de acusar o exame. 
Não deixei sedarem Esther. Assegurei que conseguiria fazer o exame sem dar o medicamento e entrei na máquina de diagnóstico com ela, cantarolando as canções da Galinha Pintadinha, enquanto Esther docemente me olhava. Uma santa filha! O exame não acusou nada. Minha guerreirinha estava 100%. Obrigada, mãezinha do céu!
Não passaria o terceiro susto. Esther estava cada dia mais ativa. Preveni-me comprando imediatamente um tatame bem colorido e uns tapetes de ginástica para ficar com Esther no chão durante o dia e sempre que o cansaço me abatesse depois de um dia todo de trabalho. Esther adorou o tatame.



 


 






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