sábado, 5 de janeiro de 2013

Esther ganha uma irmãzinha.

Escutava de muitas pessoas, principalmente das profissionais que acompanham Esther, que seria muito bom um irmão para ela. Já queríamos filhos com idades próximas mesmo, então pedimos a Deus logo um segundo presente, uma criança que pudesse ser amiga de Esther.

Então, quando Esther tinha 1 ano, engravidei pela segunda vez, agora com 30 anos de idade. Tenho que dizer que tive muito medo da segunda gestação. Claro que haviam muitas lembranças recentes de sofrimento. Medo de ter outro bebê especial? Sim. Por que? Porque temos uma dedicação muito grande ao desenvolvimento de Esther, então outro bebê especial exigiria ainda mais de nós. Mas estávamos abertos. Queríamos outro bebê em nossas vidas. Não foi fácil. Enchi-me de fé e força. Segui.
Maravilha! Era outra menininha! Então a chamamos de Ruth, nome escolhido e confirmado pelo seu significado, o mesmo que companheira. Senhor, quanta alegria no coração de toda a família!
Sempre que ía fazer um ultrassom novo, pedia a Deus por um coração saudável e forte para Ruth. Lembro que, quando ouvi o coração de Ruth pela primeira vez, chorei muito. Passou um filme na minha cabeça. Minha memória fotográfica é muito boa, logo pude perceber a diferença entre o coração de Esther e o de Ruth nas imagens do ultrassom. Eram muito diferentes.
Sinceramente, nunca quis comparar as gestações, mas era humanamente impossível não pensar no que vivi.
Ruth crescia e se desenvolvia em meu ventre, enquanto nós sempre apresentando-a para Esther, dizendo que era sua irmãzinha. Ensinamos Esther a fazer carinho e beijar a barriga. Nossa, era muito lindo de ver!
No final da gestação de Ruth, a história do líquido amniótico reduzido se repetiu, portanto a obstetra não perdeu tempo e antecipou o parto. Ruth nasceu dia 27 de maio de 2012, dia de Santo Agostinho de Cantuária (um santo missionário), às 16:18h, pesando 3,350Kg e medindo 49cm de comprimento. Chorou bem e apresentou apgar 9/9. Esther completava 1 ano e 9 meses no mesmo dia. Quantas bençãos!
Foi um parto tranquilo, mas emocionante. Quando Ruth nasceu era incrivelmente parecida com Esther. Todos fizeram a mesma observação. Depois ela foi ficando diferente, tão linda quanto Esther.
Meu esposo levou Esther para nos visitar no hospital no mesmo dia em que voltamos para casa. Esther estava muito feliz nesse dia. 
Fiquei surpresa com sua reação ao chegar com Ruth em casa, visto que no hospital correu tudo bem. Esther olhou para minha barriga e depois para a bebê. Chorou sem parar num abraço apertado com o pai. 
Pensando na Síndrome de Down, achei que ela não ligaria, não se daria conta de tudo. Enganei-me redondamente! Esther tinha clara compreensão da situação e se sentiu de algum modo ameaçada.
Contornamos da forma com que fomos instruídos pelas profissionais que acompanham Esther. Não alteramos sua rotina e aos poucos fomos aproximando Esther de Ruth. Está dando certo!
Já presenciei, algumas vezes, Esther fazendo carinho na irmã espontaneamente. É lindo de ver. Mas a verdade é que Esther gosta de crianças mais velhas, então Ruth ainda não tem muita vez nas brincadeiras. Sinto que essa realidade vai mudar logo. 

Contando uma coisa engraçada... Outro dia, meu esposo pegou Esther e Ruth nos braços ao mesmo tempo e Esther apertou o peito de Ruth. O que isso significa? (pausa para risadas) Acho que Esther pensa que Ruth é como suas bonecas, que ela aperta o peito e escuta várias frases. Acho que é sua forma de buscar interação com a irmãzinha. Amo cada momento desses!