Pensávamos que a consulta com a geneticista seria reveladora. E de certa forma o foi.
A médica nos perguntou o porquê de estarmos em seu consultório. Falamos sobre o cariótipo de Esther e a questionamos sobre um possível erro. Não achávamos que o exame estava totalmente errado, mas acreditávamos que ele estava parcialmente errado. Esther
seria SD do tipo mosaico e não SD total, como afirmou o exame, baseando-nos na discrição de suas características.
A médica nos disse que o cariótipo era um exame fácil de realizar, que um estudante de
medicina do primeiro ano era capaz de executar. Não
havia erro. Segundo a médica, as características físicas não revelam se o indivíduo
é SD total ou SD mosaico. Você pode ter um indivíduo com todas as características da SD e ser mosaico, assim como o contrário. Foi uma surpresa para nós.
Preocupados com o futuro de Esther, em como ela viveria na nossa ausência, veio a pergunta que não queria calar: Poderíamos ter outros filhos sem a SD? A médica respondeu positivamente, já que Esther era SD total (erro genético ao acaso). E disse, ainda, que eu entraria novamente nas
estatísticas, ou seja, poderia acontecer novamente. A médica explicou que ter um filho com SD era como ganhar na
loteria, que é difícil uma segunda vez, mas que não é impossível.
Sempre sonhei com filhos independentes, com casa e família
própria. Não seria assim com Esther. Com ela seria um pouco diferente.
Sinceramente, ninguém sonha em ter um filho com SD, mas quando esses seres humanos chegam no nosso lar, a gente se sente abençoado por Deus de verdade. Parece contraditório isso, mas é assim mesmo. O caso de Esther poderia até ser um erro genético, mas nosso amor por ela era um acerto de Deus em nossas vidas.
Sinceramente, ninguém sonha em ter um filho com SD, mas quando esses seres humanos chegam no nosso lar, a gente se sente abençoado por Deus de verdade. Parece contraditório isso, mas é assim mesmo. O caso de Esther poderia até ser um erro genético, mas nosso amor por ela era um acerto de Deus em nossas vidas.
Conversamos também sobre a tal estatística e ela nos
disse que, pelo menos uma vez por mês, nascia uma criança com SD no
hospital que ela trabalhava. Perguntei então: Se é assim, por que não encontramos essas crianças por aí? A médica explicou que nem todos os pais procuravam entender o assunto, que muitas famílias desistiam
dessas crianças e as deixavam em casa, às margens da
sociedade. Fiquei muito triste com isso.
Poxa, claro que não é fácil ter um filho especial, compreendo, mas esconder da sociedade NUNCA! Nós pensamos diferente. Decidimos, eu e meu esposo, que seríamos
abertos sobre o assunto com qualquer pessoa que quisesse saber. Não queria que olhassem para Esther e ficassem conjecturando sua deficiência. Isso era claro em nossas mentes. Esther tem Síndrome de Down e ponto final. Por isso
passamos a falar abertamente com familiares, amigos e até mesmo com
pessoas distantes de nossa convivência. Esther não seria um ser
aprisionado, porque ela não é uma fera. Por que deixá-la às margens da vida?
A médica nos orientou ainda
da seguinte forma: se você quiser colocar Esther com 2 anos na escola,
você vai colocar Esther com 2 anos na escola. Espantei-me! Escola? E eles estudam? Meu Deus, como eu sabia pouco sobre a SD. E a médica ainda acrescentou: "Não há limites para ela". Essa última frase soou como
uma linda canção, como uma linda canção de ninar para meus ouvidos.
Melina, parabéns pelo blog, devorei os posts em instantes e já espero por mais! :) Você descreve com sentimento toda a trajetória da Esther e emociona aos leitores. O assunto é sem dúvida nenhuma muito importante e curioso para qualquer mulher que pensa em ser mãe e acima de tudo, irá quebrar todas as barreiras de preconceitos que possam ainda haver, mesmo sem razão de existirem. A Esther é linda demais, que bebê lindo você tem! Continue firme e forte, você é um exemplo de mãe a seguir! Um abraço da sua nova seguidora da Bélgica que já está ansiosa por novidades aqui :) PS==>(Sou amiga da Michelle)
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