Aguardando a cirurgia, Esther foi batizada pelo nosso amigo, Pe. Luis Gabriel Mendoza, em uma cerimônia para poucos na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Temos muitos amigos, mas não podíamos arriscar uma multidão. Esther ainda era muito frágil, tinha quase 2 meses de vida. O batizado é para nós muito importante, porque somos cristãos e é nossa missão como pais apresentar nossos filhos à igreja de Cristo. Diante de nossos medos sobre o sucesso da cirurgia cardíaca, decidimos não esperar e batizá-la logo.
A espera da cirurgia, muitos anjos caminhavam conosco nos ajudando. Eram pessoas que entravam nas nossas vidas com um propósito celestial.
A começar pela Daci, contratada para trabalhar em nossa casa quando Esther nasceu. Ela logo se apaixonou por Esther e por sua luta. Com tanto zelo, nasceu entre elas uma aliança de afeto. Graças a sua dedicação, pude voltar ao trabalho depois de quatro meses de licença maternidade. Ela foi meu braço direito na luta diária com Esther. Foi para Daci que Esther sorriu pela primeira vez depois de dias internada (pós-cirurgia) no hospital.
D. Socorro e Sr. Sibelius, avós paternos de Esther, também estavam sempre dispostos a ajudar. Vestiram a camisa e dedicaram-se com carinho à saúde da primeira netinha, que para eles é mais que especial. Os tios-padrinhos, Júnior e Mariana, comemoravam cada mêsversário com muita alegria. Vovó Dircéa (avó materna), tia Michelle, tia Mirelle, tio Rui, tio Valter e tia Paulyara mesmo morando longe, sempre ligavam para saber notícias da nossa estrelinha. Esther é uma garotinha cativante que sempre foi muito amada por toda a família.
Chegado o quinto mês, recebemos um telefonema do Incor criança. Deveríamos apresentar os exames pré-operatórios de Esther para a cirurgia. Começa agora a maratona de coletas.
O primeiro exame de Esther mostrou-se alterado. Não entendemos. Esther não tinha aparentemente nenhum sintoma. Repetimos os exames após 15 dias. Deu certo. Esther foi internada em hospital particular, mas não se operou. Teve febre momentos antes da cirurgia. Voltamos para casa com a decepção estampada em nossas faces. Momento difícil. Esperamos em Deus. O tempo era dEle e não nosso.
Daí, Esther repetiu os exames com mais de 15 dias depois. Tudo certo outra vez. Esther foi internada no mesmo hospital particular que da primeira vez, mas, momentos antes da cirurgia, recebemos o cirurgião no quarto com a notícia de que não haveria cirurgia naquele dia, porque uma criança com dengue (houve uma epidemia de dengue em 2010 em Fortaleza), em situação grave, havia ocupado o leito reservado para Esther na UTI, onde ela passaria alguns dias após a cirurgia. Me desesperei. Não entendia o porquê daquilo, ao mesmo tempo que pensava na criança com dengue. Novamente voltamos para casa, entregando a Deus nossa ansiedade. Não foi fácil. O tempo passava e Esther já ultrapassava o limite de idade da indicação cirúrgica: o sexto mês. A cruz ficava cada dia mais pesada. Amigos ligavam tentando ajudar.
Nesse período da espera pela cirurgia, o cirurgião precisou se ausentar por alguns dias por motivos pessoais. Esther esperava. Rezei para Nossa Senhora de Fátima e Santa Gianna, pedido a elas intercessão pela vida do cirurgião, para que tudo ficasse bem e ele pudesse voltar logo e operar todas as crianças que precisavam de suas mãos. Fui prontamente atendida. Essas duas mães foram em meu socorro.
Em um dia comum, ligaram-me novamente do Incor criança e pediram-me para comparecer no Hospital do Coração de Messejana (hospital público). Fui para lá às pressas. O caso de Esther havia virado urgência. Ela estava com quase 8 meses e pesava 4,5kg. Ela repetiu novamente os mesmos exames no hospital, onde já ficamos internadas aguardando o resultado. Não acreditei que daria certo daquela vez, depois de tantas frustrações, mas me enganei. Meu coração disparou. Era a hora de Deus!
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