Escutava de muitas pessoas,
principalmente das profissionais que acompanham Esther, que seria muito bom
um irmão para ela. Já queríamos filhos com idades próximas mesmo, então pedimos
a Deus logo um segundo presente, uma criança que pudesse ser amiga de Esther.
Então, quando Esther tinha 1 ano, engravidei pela segunda vez, agora com 30 anos de idade. Tenho que dizer que tive muito
medo da segunda gestação. Claro que haviam muitas lembranças recentes de
sofrimento. Medo de ter outro bebê especial? Sim. Por que? Porque temos uma dedicação muito grande ao desenvolvimento de Esther, então outro bebê especial exigiria ainda mais de nós. Mas estávamos abertos. Queríamos outro bebê em nossas vidas. Não foi fácil. Enchi-me de fé e força. Segui.
Maravilha! Era outra menininha! Então a chamamos de Ruth, nome escolhido e confirmado pelo seu
significado, o mesmo que companheira. Senhor, quanta alegria no coração de toda
a família!
Sempre que ía fazer um ultrassom
novo, pedia a Deus por um coração saudável e forte para Ruth. Lembro que,
quando ouvi o coração de Ruth pela primeira vez, chorei muito. Passou um filme
na minha cabeça. Minha memória fotográfica é muito
boa, logo pude perceber a diferença entre o coração de Esther e o de Ruth nas imagens do ultrassom. Eram
muito diferentes.
Sinceramente, nunca quis comparar
as gestações, mas era humanamente impossível não pensar no que vivi.
Ruth crescia e se desenvolvia em meu ventre, enquanto nós
sempre apresentando-a para Esther, dizendo que era sua irmãzinha. Ensinamos
Esther a fazer carinho e beijar a barriga. Nossa, era muito lindo de ver!
No final da gestação de Ruth, a
história do líquido amniótico reduzido se repetiu, portanto a obstetra não
perdeu tempo e antecipou o parto. Ruth nasceu dia 27 de maio de
2012, dia de Santo Agostinho de Cantuária (um santo missionário), às 16:18h, pesando 3,350Kg e medindo 49cm de comprimento. Chorou bem e apresentou apgar 9/9. Esther completava 1 ano e 9 meses no mesmo dia.
Quantas bençãos!
Foi um parto tranquilo, mas
emocionante. Quando Ruth nasceu era incrivelmente parecida com Esther. Todos
fizeram a mesma observação. Depois ela foi ficando diferente, tão linda quanto
Esther.
Meu esposo levou Esther para nos
visitar no hospital no mesmo dia em que voltamos para casa. Esther estava muito
feliz nesse dia.
Fiquei surpresa com sua reação ao chegar com Ruth em casa, visto que no hospital correu tudo bem. Esther olhou para minha barriga e depois para a bebê. Chorou sem parar num abraço apertado com o pai.
Pensando na Síndrome de Down, achei que ela não ligaria, não se daria conta de tudo. Enganei-me redondamente! Esther tinha clara compreensão da situação e se sentiu de algum modo ameaçada.
Fiquei surpresa com sua reação ao chegar com Ruth em casa, visto que no hospital correu tudo bem. Esther olhou para minha barriga e depois para a bebê. Chorou sem parar num abraço apertado com o pai.
Pensando na Síndrome de Down, achei que ela não ligaria, não se daria conta de tudo. Enganei-me redondamente! Esther tinha clara compreensão da situação e se sentiu de algum modo ameaçada.
Contornamos da forma com que
fomos instruídos pelas profissionais que acompanham Esther. Não alteramos sua
rotina e aos poucos fomos aproximando Esther de Ruth. Está dando certo!
Já presenciei, algumas vezes, Esther fazendo carinho na irmã
espontaneamente. É lindo de ver. Mas a verdade é que Esther gosta de crianças
mais velhas, então Ruth ainda não tem muita vez nas brincadeiras. Sinto que
essa realidade vai mudar logo.
Contando uma coisa engraçada... Outro dia, meu esposo
pegou Esther e Ruth nos braços ao mesmo tempo e Esther apertou o peito de Ruth. O que
isso significa? (pausa para risadas) Acho que Esther pensa que Ruth é como suas bonecas, que ela aperta o peito e escuta várias frases. Acho que é sua forma de buscar interação com a irmãzinha. Amo cada momento desses!